Se você em algum momento já ouviu a frase ''ao infinito e além'' sabe exatamente quem é Buzz Lightyear. Hoje no conversas diversas quero explorar a conexão entre realidade desta animação com as nossas relações de trabalho. Boa leitura!
Toy Story é uma animação que tem como base o mundo imaginário dos brinquedos e no primeiro filme ele apresenta Buzz Lightyear, um boneco astronauta que foi inspirado em um patrulheiro espacial. Na última versão a narrativa muda um pouco e eles resolvem contar a história deste patrulheiro espacial em que o brinquedo foi baseado. E é aqui que a gente se conecta! A humanização do personagem faz com que ele lide com situações que um humano lidaria e esta conexão gera reflexões importantíssimas.
A autossuficiência: Se existe um problema, buzz entende que ele é a pessoa que pode soluciona-lo. Ele é adepto do: ''se quer algo bom, faça você mesmo''. Além disto se existe um processo importante a ser planejado, a opinião de alguém que está aprendendo não deve ser considerada.
Há, e ele não erra. Ou pelos menos ainda não se permite errar! No momento em que ele comete o primeiro erro ele se culpa, arranca sua insígnia e cita não ser mais digno de executar aquele trabalho.
“Todas aquelas pessoas estavam contando comigo e eu falhei, me leve a corte marcial. Preciso ser julgado pelo meu erro “
Parece meio grosseiro e dramático né? Mas fico me questionando o quanto do Buzz existe na nossa personalidade. Não sei vocês mas por aqui o errar é humano, exceto se a humana for eu. Parece que eu mesma não me dou este direito. rsrs. Alguém se identifica? 🙋🏾
A culpabilidade: Depois de errar, ser orientado, acolhido e aconselhado por sua comandante e melhor amiga ele conclui que existe uma possibilidade de consertar o seu erro. Daquele dia em diante a busca por reparação se torna seu lema de vida e ele sai em várias missões para cumprir este objetivo.
No filme acontece um fenômeno que se chama dilatação do tempo. É como se o personagem viajasse para o futuro a cada missão. Para ele se passam minutos, mas para as pessoas ficaram se passaram anos.
Sabendo disto, quando ele volta percebe que tudo mudou. A amiga dele se apaixonou, se casou, teve filhos, evoluiu na carreira e está feliz. Ela então pede pra ele dar uma pausa e e suspender a missão. Ele se nega e diz: ''Eu preciso concluir o que comecei. Foi um erro que eu cometi, então eu preciso consertar''
E ela responde: '' A custo de quê Buzz? Você está disposto não viver sua vida em prol de um único erro?
E novamente, o quanto da personalidade do Buzz existe no nosso perfil ein? As vezes a gente erra em planejamento, entrega uma demanda errada ou fora do prazo, não consegue lidar bem com um problema básico e mesmo depois de receber orientação e acolhimento de alguém mais experiente... Pra você, nada mais importa.
Não importam os bons feedbacks você recebe, não importam os trabalhos legais que você entrega, não importa que você curta o processo, evolua e seja feliz. Só te importa reparar o erro e provar que você sabe como fazer isto.
Aceitando novas perspectivas: Mesmo com o pedido da amiga e sabendo das consequências, Buzz continua nesta busca incessante por reparação. Após quase 100 anos, novamente muita coisa mudou e desta vez ele já não conta mais com a amiga pois ela morreu enquanto ele viajava.
Em um certo momento ele encontra Izzy a neta desta sua amiga e passa por um longo processo de contextualização, conhecimento e aceitação. Contextualização pois Izzy precisa explicar tudo que aconteceu durante sua ausência. Conhecimento pois ele precisa conhecer novas pessoas, tecnologias, processos e ferramentas. E aceitação por entender que ele não está mais no comando!
Este processo é longo e faz ele entender que mesmo com tanto conhecimento, ele precisava de habilidades que só encontraria em outras pessoas. Que o ''se quer algo bom, faça você mesmo'' não funciona em todas as situações e que em algum momento, ele precisa pedir ajuda.
Há e eu já ia me esquecendo, o filme só existe por que lá atrás Buzz se sentiu suficiente demais para aceitar ajuda de um estagiário.
Espero que esta leitura tenha feito sentido para você, ou que pelo menos tenha sido boa companhia. Até logo.💛
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